Triagem Nutricional
Quando é constatada nas primeiras 72 horas após a admissão é decorrente, parcial ou totalmente, de causas externas e no período posterior é mais relacionada a um deficiente aporte de nutrientes durante o tratamento. Nas duas situações a desnutrição hospitalar é reconhecida como fator de risco para morbidade e letalidade de crianças, adolescentes e adultos.(CORREIA,2003) (Waitzberg,2001) Os estudos de medicina baseada em evidência destacam que ocorrem mais complicações e elevada letalidade nos desnutridos graves, com piora desta condição clínica durante a hospitalização prolongada. Quando grave, a desnutrição em adultos e crianças determina maiores índices de complicações e letalidade, até dez vezes superior, quando comparados com crianças eutróficas.(Pelletier,1994) (Falbo AR,2002)
O custo com a hospitalização para tratar pacientes desnutridos é quatro vezes maior do que é necessário para tratar pacientes nutridos
Vários estudos mostram que a desnutrição energético-protéica é freqüente entre pacientes pediátricos hospitalizados e pode atingir índices superiores a 50%. Os fatores de risco, relacionados com a desnutrição em crianças hospitalizadas, são: idade inferior a 6 meses, baixo peso ao nascimento, história de prematuridade, baixo grau de escolaridade materna, renda familiar abaixo de dois salários mínimos, saneamento básico domiciliar inadequado e história de diarréia prévia.(Waitzberg,2001). Outro fator de risco para desnutrição é a doença crônica. Em um hospital terciário brasileiro foi constatado à admissão, em uma enfermaria de especialidades pediátricas, que apenas 35% dos pacientes eram eutróficos: 32% apresentavam desnutrição crônica, 15% desnutrição aguda e 18% desnutrição crônica agudizada.(Romaldini,1996)
A desnutrição é, ainda, mal diagnosticada tanto no atendimento ambulatorial como hospitalar de crianças e adultos, com piora durante o período de internação.(Correia