Violência entre as torcidas organizadas

Há algum tempo busca-se relacionar a violência produzida entre as "torcidas organizadas" com os "confrontos" de relações sociais travadas nos espaços urbanos, face das transformações políticas, econômicas e socioculturais em curso. No entanto, a violência entre "torcidas" não está desvinculada de movimentos sociais organizados partir das relações individuais e grupais na sociedade brasileira contemporânea.

Esses novos grupos sociais, acabam interferindo inclusive na identidade social dos jovens, que para serem aceitos perante os seus iguais, acabam adotando um estilo de vida que difunde a auto-afirmação. Esses sujeitos "sociais" se expressam através da negação do outro (enquanto ser social), da disputa e da violência prazerosa entre os grupos rivais.

Depois de muitos problemas em alguns Estados da Federação, o Ministério Público, vem fechando o cerco sobre tais movimentos "organizados". Aprovada pelo Congresso Nacional, a nova lei modifica o Estatuto do Torcedor e criminaliza a violência nos estádios brasileiros. Em contra partida, para impressionar a imprensa e as autoridades, as organizadas que possuem sites oficiais disponibilizaram em seus espaços de mídia, uma campanha nacional "PELA PAZ NOS ESTÁDIOS". No entanto, basta dar uma olhadinha em sites oficiais dessas organizações, para constatar que lá existe um vasto material de apologia à violência.

O aumento dos atos de violência praticados pelo movimento de "torcidas organizadas" tem decorrência no surgimento desses "sujeitos". Estes são, predominantemente, jovens individualizados, do ponto de vista da formação de uma consciência social e coletiva. Nesse sentido, Cristóvão Buarque de Holanda, ao ser perguntado sobre a violência desencadeada pelas Torcidas Organizadas disse: "Esse problema só se resolve mexendo na