violência doméstica
Um velho amigo, residente da cidade de Sete Lagoas, MG, pediu minha opinião, como professor de filosofia, sobre pontos fundamentais para uma política municipal de educação. Vou então iniciar esta conversa a partir de um espaço que considero especialmente relevante: a ação do diagnóstico pedagógico no modelo de educação.
A prática de um Diagnóstico Pedagógico é tão desafiadora (se não mais) do que a própria ação pedagógica. Um diagnóstico, qualquer diagnóstico, é uma forma de olhar, selecionar variáveis, discernir e, finalmente, formar juízos sobre os fatos e pessoas observadas. De um diagnóstico resulta uma recomendação de ação, que pretende estabelecer algum nível de ajuste em relação à situação diagnosticada. Naturalmente espera-se que o diagnóstico tenha como recurso de avaliação procedimentos avalizados pela nossa razão e por nossa sensibilidade (eu acrescentaria nossa intuição). No caso presente não se trata de um diagnóstico genérico: estamos falando de juízos sobre cenários pedagógicos. Como educadores estamos tratando de instrumentos, metodologias, habilidades e atitudes mobilizadas para avaliar educandos na sua capacidade de realizar uma aprendizagem. Não é uma tarefa fácil. Em primeiro lugar porque o próprio educador deve ser alvo desde diagnóstico: o desenvolvimento da autocrítica deveria constituir uma prática de legitimação de competências. Em segundo lugar e este, não é um desafio menor, está no próprio referencial do diagnóstico; quando discernimos o fazemos através de uma janela. O próprio ato de escolher esta e não outra janela envolve processo valorativo. O meu diagnóstico é constituído a partir de um modelo de certo ou errado, de saúde ou doente, de normal ou anormal, enfim de conjunto de valores que são priorizados como elementos de discernimentos. Poderíamos colocar um terceiro fator: a qualidade da formação dos nossos educadores. Em um cenário de déficit educacional tão elevado como no Brasil