Violência doméstica- texto síntese incial
I. Teorias explicativas ( orientadoras dos programas de intervenção)
À semelhança com o que tem acontecido com outras formas de comportamento desviante e criminal, as explicações para a VD têm evoluído , passando de abordagens mais lineares e deterministas para abordagens mais complexas, multifactoriais e processuais, integrando as diferentes dimensões biopsicossociais do comportamento, as dimensões interpessoais e as sócio-culturais.
A. Perspectivas biológicas e psicofisiológicas
Cada vez menos encaradas como explicações suficientes em si mesmas, continuam a desenvolver-se este tipo de explicações para o comportamento violento. Exemplos disso são as abordagens centradas nos padrões de reacção psicofisiológica específicos em situação de violência (Jacobson e Gottman, 1998 e outros), e bases fundamentais dos programas de controlo da ira/raiva. Outras explicações deste âmbito são as assentes no modelo frustração-agressão de Dollard (integra elementos psicológicos de motivação) e as teorias inspiradas nos modelos etológicos.
Questões que se colocam: • não está demonstrado cientificamente que os agressores VD tenham de facto níveis de ira/zanga superiores aos não agressores; • a ira/zanga não conduz necessariamente ao comportamento violento; • muitos dos agressores tidos como tendo défices de controlo da ira/zanga, canalizam a sua agressão apenas para as mulheres e/ou filhos em casa, sendo nos outros contextos indivíduos controlados.
Parece pois de ser de concluir que este tipo de explicações é parcelar e necessitará de ser complementada com explicações de outra ordem????
Estas teorias estão na base dos Programas de Controlo de Ira/Raiva
B- Perspectivas psicológicas
Estas abordagens baseiam-se no pressuposto de que os comportamentos violentos dos agressores resultam de um conjunto de défices comportamentais e de competências sociais, designadamente: • défices no controlo da