Violência doméstica: 70% das crianças vítimas sofrem as agressões em casa
Um dos motivos que faziam com que Alex André Moraes Soeiro, 34, pai do menino Alex, agisse com violência era o fato de o filho gostar de dança do ventre e de lavar louça, atividades que, segundo ele, não eram "de homem". Denúncias de discriminação contra crianças e adolescentes também tem aumentado consideravelmente. Apenas no Rio de Janeiro, entre 2011 e 2013, o aumento neste tipo de crime ficou em 500%, de 28 para 140 denúncias.
No laudo do IML (Instituto Médico Legal), escoriações e edemas por todo o corpo mostram que o menino morreu após meses de espancamento. O crime de tortura contra crianças também cresceu nos últimos anos, embora o número de denúncias seja baixo. Em 2013, foram reportadas 13 denúncias apenas no Rio de Janeiro, contra sete em 2012 e uma em 2011.
Ainda sim, óbitos não são comuns, ressalta Lígia. "Na maior parte das vezes, os pais acham que estão fazendo o melhor para os seus filhos, pois é tudo que conhecem e aprenderam a fazer".
Segundo a especialista, solucionar o problema da violência contra crianças e adolescentes é possível, mas falta conscientização de agentes fundamentais, como os professores e escolas, por exemplo.
"Estes profissionais têm um papel muito importante, pois eles podem observar melhor o comportamento das crianças, por estarem em um ambiente onde elas se sentem mais seguras, livres e não estão ameaçadas. Porém, os professores e a escola precisam ser instruídos em observar comportamentos suspeitos, atitudes que não condizem com a idade e outros fatores", afirma. A maior violência contra a criança e quando os pais, sem estrutura familiar, fazem filhos