Violência contra a mulher
A violência sexual (VS) é considerada como qualquer forma de atividade sexual não consentida. Representa sério problema de saúde pública e tem no estupro a pior das formas de agressão que a mulher pode sofrer. As definições utilizadas para conceituar os diferentes tipos de crimes sexuais apresentam dificuldades na adequação quanto aos aspectos médicos, éticos, psicológicos e legais que eles frequentemente envolvem. Do ponto de vista legal, o conceito de violência sexual varia de acordo com o país, embora a maioria das definições inclua o uso da força física ou de intimação, o contato sexual e o não consentimento da vítima1,2.
As agressões sofridas pela mulher podem comprometer sua vida pessoal, profissional e afetiva, resultando em sequelas físicas e psicológicas. Quando as vítimas da VS são pré-púberes, pode-se observar lesões anatômicas do tipo ruptupras perineais, do fundo de saco vaginal e do esfíncter anal, acompanhadas de hemorragias intensas, podendo ocorrer choque hipovolêmico. Pode resultar também em maior risco de gravidez, com a possibilidade de essa adolescente tornar-se prostituta ou usuária de drogas, além de apresentar psicopatias como depressão, doenças psicossomáticas e bulimia nervosa1,3,4.
Se a vítima é adulta, as sequelas físicas mais citadas são as doenças sexualmente transmissíveis (DST), algias pélvicas crônicas e gestação. Entre as sequelas psíquicas destacam-se a depressão, tendências suicidas, bulimia e anorexia nervosa1,5-17.
Apesar de ser problema universal, a verdadeira incidência da VS contra a mulher é desconhecida, acreditando-se ocorrer sub-registro em todo o mundo18. Estima-se que cerca de 12 milhões de pessoas por ano sofram alguma forma de violência sexual no mundo. Estudos populacionais realizados em diversos países demonstram que 20% das mulheres revelaram terem sido abusadas sexualmente quando crianças10. Nos Estados Unidos, as taxas variam de 12,9 a 28%, estimando-se que ocorra