violencia sexual
A freqüência de gravidez não desejada após estupro é imprecisa39. Um estudo a estima entre 10 e 30%40, porém os dados mais fidedignos provêm de um estudo prospectivo de uma amostra representativa de mais de 4000 mulheres de 18 anos ou mais seguidas por um período de três anos41. Neste estudo se encontrou taxa de gravidez de 5% por episódio de estupro, o que provavelmente é o limite inferior do risco de engravidar, porque esse estudo incluía poucas adolescentes, que podem ter maior probabilidade de ficar grávidas que mulheres de maior idade. Em estudo entre adolescentes estupradas na Etiópia, por exemplo, foi relatado que 17% delas engravidaram42.
A gravidez resultante de estupro é quase sempre extremamente rejeitada pela mulher e, portanto, freqüentemente termina em aborto. Isto pode ter poucas conseqüências para a saúde em países onde o aborto é legal e os serviços de qualidade são de fácil acesso, mas pode ter graves conseqüências nos países com leis restritivas em que o aborto seguro não é acessível, ainda naqueles casos previstos na lei, como acontece até hoje no Brasil. Dada a rejeição absoluta da gravidez por parte da maioria das grávidas por estupro, elas precisam recorrer ao aborto clandestino, que será de risco para aquelas com poucos meios econômicos, expondo-as desnecessariamente a complicações graves e à morte31,39. No Brasil, assim