Violencia doméstica
Em todo mundo, pelo menos uma em cada três mulheres já foi espancada, coagida ao sexo ou sofreu alguma forma de abuso durante a vida. O agressor é geralmente um membro da sua própria família.
Considerado como o tipo mais generalizado de abuso, dos direitos humanos, a violência contra as mulheres é também menos reconhecida. A Assembléia Geral das Nações Unidas, de 1993, definiu oficialmente a violência contra as mulheres como:
“Qualquer ato de violência de gênero que resulte ou possa resultar em dano físico, sexual, psicológico ou sofrimento para a mulher, inclusive ameaças de tais atos, coerção ou privação arbitrária da liberdade, quer ocorra em público ou na vida privada” .
A violência conjugal é, segundo Konchak (1998), um problema de saúde socialmente inaceitável, ilegal e que afeta todos os membros do núcleo familiar. Porém, a investigação e os estudos sobre a violência doméstica somente tiveram início na década de 70, e de acordo com Gonçalves e Machado (2002), à medida que o tempo foi decorrendo os conflitos domésticos foram sendo gradualmente expostos à opinião pública, alcançando-se nos anos 80 o reconhecimento social da violência contra a mulher na família, como um dos maiores riscos para a saúde pública. Neste período, a situação de opressão da mulher na sociedade passou a ser questionada pelos grupos feminista. Isso possibilitou a denúncia e o combate à violência contra a mulher que ocorria entre quatro paredes, e que, raramente chegava ao público através da imprensa que noticiava os crimes passionais. Através deste movimento e combate foi possível a criação de Delegacias de mulheres. Contudo, esse processo não tornou a violência doméstica numa realidade do passado. Compreendido por alguns como um fator vulgar do cotidiano, a que não há razão para dar importância, assiste-se ainda hoje a uma excessiva tolerância e cumplicidade para com o homem que agride sua companheira.
Conforme Gonçalves e Machado (2002), essa dinâmica social