VIOL NCIA DOM STICA CONTRA CRIAN AS
Falar sobre a violência em nosso país tornou-se rotineiro. Deparamos-nos todos os dias com comentários e notícias de fatos que nos deixam indignados, sejam eles trazidos pela mídia ou em conversas informais entre amigos.
Existe em nossa sociedade um grande número de casos de violência doméstica praticados contra crianças, muitas vezes por omissão ou negligência e até pela falta de estrutura familiar. Na maioria das vezes estes casos não são divulgados para não expor a criança a uma situação desagradável e desfavorável ao seu desenvolvimento ou até para não expor toda a família a uma situação vexatória, em que na verdade os maiores prejudicados serão as próprias vítimas.
Até algum tempo, sempre que se apurava um caso de violência contra criança, atribuía-se o fato a situação econômica e social da família, hoje esta tese já está ultrapassada. Constata-se que em todas as classes sociais têm ocorrido casos de violência contra crianças.
De acordo com Silva (2002), os serviços de atendimento às vítimas de violência doméstica estimam que, diariamente, a cada dez crianças três sejam vítimas de maus-tratos domésticos, sendo sua maior concentração nas faixas entre cinco e sete anos e entre dez e treze anos. A violência física é o abuso mais freqüente dentro da família e este dado não é surpreendente, uma vez que se trata de uma prática punitiva socialmente legitimada.
No Brasil, grande parte das denúncias de agressões física contra crianças e adolescente ocorrem dentro do próprio lar e os agressores são predominantemente os pais (Azevedo & Guerra, 1995 e 1998; Silva, 2002; Gonçalves, 2003). Entre as conseqüências da exposição de crianças e adolescentes ao abuso físico, destacam-se o comportamento autodestrutivo e o relacionamento interpessoal marcado pela agressividade, que é assimilada como algo "natural" ou "normal". Não raro a violência produz uma