Vinte anos após morte do piloto, marca Senna movimenta até R$ 1 bi
Hoje, os aficcionados por futebol provavelmente vão lembrar que o meia-armador Gérson de Oliveira Nunes era parte da seleção tricampeã de 1970; que era conhecido como o "canhotinha de ouro" e conseguia lançar a bola aonde quisesse, com uma precisão invejável.
Mas um número ainda maior de pessoas vai associar seu nome ao controverso código de conduta que ficou conhecido com "Lei de Gerson": "Leve vantagem você também, leve vantagem em tudo".
"Há contratos comerciais que garantem uma boa rentabilidade imediata, mas se os valores da empresa em questão estão em desacordo com os valores aos quais queremos ligar a nossa marca, o estrago pode ser grande no longo prazo", explica Crespo, do IAS. "Sempre tivemos consciência disso no IAS - e acho que isso foi crucial para o sucesso da marca Senna."
A grife Senna é um caso de sucesso em uma área de negócios que ainda engatinha no Brasil – o chamado "branding" esportivo.
Trata-se do trabalho de construção e de administração de uma marca esportiva para aproveitar seu potencial de mercado em licenciamentos e campanhas publicitárias.
É claro que, no caso dos atletas, esse potencial depende antes de tudo da forma como cada um toca sua vida e carreira, como explica João Henrique Areias, autor do livro Uma Bela Jogada - 20 anos de Marketing Esportivo.
"Se o atleta tem uma imagem positiva e uma conduta que pode servir de inspiração para os jovens, mais empresas vão querer se vincular a seu nome", diz Areias, que nos anos 90 foi sócio de Pelé em uma consultoria de marketing esportivo que levava o nome do jogador.
"Era esse o caso de Senna, identificado com valores como garra e persistência."
Por outro lado, quem está constantemente metido em escândalos ou é visto como um atleta sem ética pode se tornar um azarão no mundo publicitário.
Um caso emblemático nesse sentido é o do ciclista Lance Armstrong, que caiu em desgraça quando veio à tona