Villas Boas

Curso: Direito
Disciplina: Antropologia Geral e Jurídica

FICHAMENTO DE TEXTO
VILLAS BÔAS FILHO, O. A constituição do campo de análise e pesquisa da antropologia jurídica. Prisma Jurídico, São Paulo, v. 6, p. 333-349, 2007.

Debater a constituição do campo de análise e pesquisa da antropologia jurídica exige averiguar o contexto em que ela se forma e quais os condicionamentos históricos, culturais e sociais de sua construção. É necessário destacar a ligação da antropologia social, num sentido geral e da antropologia jurídica, em particular, com o imperialismo europeu que, surgido do colonialismo, caracteriza-se por sua dimensão expansionista. Hannah Arendt ressalta que o expansionismo imperialista se distingue claramente das formas de conquista precedente que caracterizam as políticas imperialistas típicas da formação de impérios.
Para que o imperialismo fosse aplicado, era preciso de uma justificação válida e legítima. Essa legitimação consistiu numa ideia de superioridade racial. O povo enquanto subproduto dos Estados-nação permitiu legitimar o imperialismo. É necessário salientar também que a antropologia fornecia não só uma ferramenta importante para legitimar a expansão imperialista , mas também um instrumento essencial para o desempenho da dominação nos contextos coloniais. Portanto a ligação da antropologia, em sentido genérico, com o processo de colonização, decorrente da expansão imperialista europeia , mostra-se essencial para a compreensão não só das indicações conceituais das primeiras escolas de antropologia jurídica , mas também do desenvolvimento da antropologia enquanto disciplina.
Ressaltam-se três aspectos da antropologia no século XIX. Como o: estudo das sociedades primitivas; pressuposto etnocêntrico da superioridade da sociedade ocidental; e o saber voltado para a gestão de populações, que se refere a aspectos peculiares do campo antropológico do século XIX. No que diz