Resenha de Claudio Villas Boas
Cláudio Villas Boas nasceu em Botucatu (São Paulo) dia 8 de dezembro de 1916.
Seu pai se chamava Agnello e sua mãe Arlinda Villas Boas. O pai era advogado, e foi convidado por um escritor do ramo, onde se mudaram para uma pensão na Rua Bento Freitas, esquina com a Rua Marques Itu.
Cláudio era o mais arredio, sagaz e idealista dos irmãos. Recluso, ele não dava a mínima para os militares e não tinha paciência com repórteres.
Ele teria o reconhecimento do seu trabalho no Xingu com a indicação para o premio Nobel da paz em 1976. Sem ter completado o segundo grau, a vivência no Xingu permitiu que Claudio publicasse, em co-autoria com seu irmão Orlando, 12 livros e inúmeros artigos em jornais e revistas internacionais, como o National Geographic Magazine.
Em seus últimos anos dedicava-se a escrever e a ler. Discreto dizia que a paz não se constrói com prêmios, mas com respeito às memórias e as civilizações primitivas. “O índio quer apenas viver sossegado com a natureza e com a natureza e com as suas tradições. Temos que repeitar as suas terras como respeitamos a nossa própria casa”, costumava dizer o sertanista.
Era também, um profundo conhecedor dos rituais dos Pajés das tribos do Brasil central, em especial as do Xingu.
Nos últimos dias de vida, corria contra o tempo para terminar o livro “A arte dos Pajés” em parceria com Orlando.
O sertanista Cláudio Villas Boas morreu na madrugada em São Paulo vítima de ataque fulminante do coração, no apartamento na qual ele morava com seu irmão Orlando.