VIGOTSKY E WALLON
O DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA NA PERSPECTIVA DE VYGOTSKY E WALLON
Apesar de um ter vivido na França e o outro na Rússia, tanto Wallon, quanto Vygotsky tem suas teorias embasadas na filosofia do materialismo dialético marxista, o que proporciona a elas alguns pontos em comum como pode ser lido no artigo publicado por Teixeira (2003). Considerando como se dá o desenvolvimento humano, ou seja, sua gênese, tanto Vygotsky como Wallon compreendem esse processo como algo que não ocorre num vácuo, sendo mediado por fenômenos que vão além do processo em si, no qual tal um instrumento ou signo influa no desenvolvimento que, por sua vez, influirá na forma como esse se apresentará futuralmente.
Assim, os dois autores, a fim de estabelecer uma relação entre os comportamentos que se apresentam caracteristicamente em determinadas fases da vida humana, procuram identificar e registrar pontos em comum que caracterizem o desenvolvimento. Wallon faz isso através de uma periodização do processo em estágios (que não dependem temporalmente das idades estabelecidas na teoria, mas em sua sequência primordialmente), como Piaget, enquanto Vygotsky – apesar de considerar que o desenvolvimento deve ser analisado como ele se dá em condições concretas de vida – lança algumas bases que fundamentam o conceito. Outros autores soviéticos, inclusive, pensaram em periodizações completas a partir de tais fundamentos. No entanto, importante ressaltar, cada um de uma forma se recusa a encaixar o desenvolvimento humano numa linearidade temporal, pensando na ontogênese como produto de questões filogenéticas e de influências ambientais, fugindo da dicotomia entre inato e aprendido.
Vygotsky pensa esse processo como uma passagem do biológico ao sócio-histórico ao dizer que “Um desenvolvimento não é a simples continuação direta de outro, mas ocorre uma mudança no próprio tipo de desenvolvimento – do biológico para o histórico-social” (VYGOTSKY, 2010)
“A natureza do