vigilância epidemiológica
“A tendência da saúde pública no concernente ao controle das doenças é bastante clara, cada vez mais a vigilância, isto é, a coleta e análise de dados, gerando informação para subsidiar as intervenções vem se tornando uma atividade insustituível.
O crescimento em importância da vigilância coincide com o fim da era industrial, com o surgimento da sociedade pós-moderna, estruturada na informação, o que é perfeitamente compreensível. A moderna saúde pública não pode prescindir da vigilância, daí que se observa a re-estruturação dos serviços de saúde pública a partir dessa lógica.
Infelizmente, instituições públicas são notoriamente refratárias à mudança, o que gera um descompasso em relação às necessidades vigentes em vigilância e controle de doenças.
Em época recente, a avaliação do que se convencionou denominar “carga da doença”[i] , sistemática recomendada pela Organização Mundial da Saúde para determinar o impacto de uma doença sobre uma dada população. Sem entrar em maiores detalhes, o planejamento de qualquer ação de controle deverá levar em conta a definição da doença e seu impacto sobre a mortalidade, a morbidade, a ocorrência de seqüelas, a opinião pública e o custo econômico. Essa avaliação nem sempre é objetiva, muitas vezes a opinião pública dificulta uma análise fria da situação, através da mobilização da sociedade civil, o que pode levar a uma alocação desigual de recursos para o controle de diferentes doenças, como pode ser comprovado com a aids e a malária. Esta segunda doença, ainda que determine uma mortalidade muita maior do que a da aids foi relegada a um segundo plano na prioridade de alocação de recursos para pesquisa e controle.
A se manter o atual rumo da re-estruturação dos serviços de saúde pública em todo o mundo, teremos serviços de vigilância e controle mais ágeis, menores e descentralizados, infelizmente não com urgência que se faz