VIGIAR E PUNIR - FOUCAULT
Primeira Parte: (Suplício) Capítulo I – O Corpo dos Condenados (páginas 9-34).
RESUMO
Foucault é claro ao dizer que seu objetivo nessa obra é acessar a história da alma moderna e do atual poder de julgar. Acredita que para tal, é preciso investigar a procedência do atual complexo cientifico-judiciário onde o poder de punir se sustenta, fabrica suas regras, amplia seus efeitos e mascara sua singularidade. Ou seja, o autor pretende apresentar um estudo da metamorfose dos métodos punitivos por meio de uma tecnologia política do corpo, capaz de garantir leituras sobre as relações de poder e as relações de objeto. Coloca ainda, que apesar de sua busca por uma genealogia do problema, considera o tempo presente mais relevante que a história na identificação da miséria física e seus paradoxos que podem ser confirmados nos registros de tempos anteriores. Foucault apresenta o suplício como forma usual de punição para os condenados por algum delito considerado anormal para o tempo-espaço que esse fora cometido. Busca referências entre os séculos XVII e XIX, considerando esse intervalo um tempo decisivo e repleto de paradigmas que explicam o proceder de nossos dias diante dessas mesmas questões. Relata com detalhes um esquartejamento e o suplício que um condenado é submetido em 1957 na França. Segundo Foucault, nesse período a exposição do corpo punido na esfera pública era uma prática legitimada e mostra um estilo penal que se valia da tortura e da humilhação do corpo, visando seu arrependimento antes que esse perecesse, mas que por vezes continuava mesmo após sua morte. O suplício pode ser compreendido como pena física e dolorosa que busca balancear a quantidade de sofrimento de acordo com a gravidade do crime cometido.
É no final do século XVIII que esse modo de punir vai dando lugar a outras formas de correção,