Vidas em portugues

UNIFRAN - Universidade de Franca

PROPOSTA PARA REALIZAÇÃO DE PORTIFÓLIO PARA O CURSO DE
“METODOLOGIA E TÉCNICA DE PESQUISA”

Prof. Isacir Andreoni

“Quais são portanto o lugar e o papel do escritor nesse mundo cruel, dilacerado e a ponto de destruir a si mesmo? Afinal de contas, nada temos a ver com o lançamento de foguetes. Não empurramos sequer o menor dos carrinhos de mão. Somos desprezados pelos que respeitam unicamente o poder material. Não é natural que também nos retiremos do jogo, que percamos a fé na perenidade da bondade, da indivisibilidade da verdade, para nos contentarmos em exprimir ao mundo nossas reflexões amargas e desvinculadas – como a humanidade torneou-se desesperadamente corrompida, como os homens degeneraram e como ficou difícil, para as almas nobres e refinadas, viver ente eles?
Mas não temos sequer o recurso a essa escapatória. Quando se desposa o mundo, não se pode mais escapar-lhe. Um escritor não é o juiz indiferente de seus compatriotas e de seus contemporâneos. (...)
Teremos a temeridade de afirmar que não somos responsáveis pelos males que conhece o mundo hoje?
No entanto, sou reconfortado pelo sentimento de que a literatura mundial é como um só coração gigante, que bate ao ritmo das preocupações e dos dramas de nosso mundo, mesmo se estes são sentidos e expressos diferentemente em seus quatro cantos.
Para além das literaturas nacionais, velhas como o mundo, a idéia de uma literatura mundial, que seria como uma antologia dos ápices das literaturas nacionais e a soma de suas influências recíprocas, existiu, mesmo no passado. Mas houve sempre uma defasagem no tempo. Leitores e autores não podiam conhecer as obras dos escritores de uma outra língua senão depois de um certo período, às vezes depois de séculos. De sorte que também as influências recíprocas retardavam, e a antologia das literaturas nacionais revelava-se apenas às gerações futuras.
Hoje, o contato entre os escritores de um país e os