História da loucura- a grande internação
A Grande Internação
FOUCAULT MICHEL. A Grande Internação In: História da Loucura na Idade Clássica. São Paulo: Atlas, 2009.p.45-78.
Michel Foucault foi um importante filósofo e professor de cátedra de História dos sistemas de pensamento no Collége de Franco desde 1970 e 1984. Todo o seu trabalho foi desenvolvido em uma arqueologia do saber filosófico, da experiência literária e da análise do discurso. Seu trabalho também se concentrou da relação entre poder e governamentalidade, e das práticas de subjetivação.
No livro intitulado História da Loucura, o capítulo de número 2- A Grande Internação apresenta a estrutura de exclusão, cujos fundamentos foram construídos, segundo autor em meados do século XVII e que determinará, também de acordo com ele, as condições de surgimento da psiquiatria um século e meio mais tarde.
O Capítulo inicia-se com a apresentação do Cogito Cartesiano, desenvolvido na primeira das Meditações de Descartes, no qual o mesmo relata as razões pelas quais podemos duvidar de todas as coisas. Ao olhar de Foucault, trata-se de uma passagem decisiva; é o anunciado “golpe de força” da razão com a expulsão sumária da possibilidade da loucura para fora do pensamento como tal.
A loucura tem sido encontrada em diversas sociedades em variadas épocas, seguindo-se a estas manifestações do individuo louco como diferente, o outro, aquele que não se encontra na esfera do aceitável e não se mostra capaz de manter na coletividade como os indivíduos tidos como “normais”, embora sua circulação tenha sido relativamente tolerada em sociedades pré-capitalistas. Seja por um suposto resultado de possessões demoníacas ou de inspiração divina, o fato é que o portador de distúrbios mentais frequentemente encontrou para si o espaço da exclusão, com a negação da sua cidadania e da presunção de capacidade que se tem da maioria dos seres humanos.
A exclusão tem, para Foucault, um elemento estrutural “jurídico- policial”. Trata-se do decreto de