VIDAS EM PORTUGUES
Obra de Karl Popper é um marco na filosofia da ciência
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Publicada pela primeira vez em 1933, em alemão, "A Lógica da Pesquisa Científica" ganhou nova versão, em inglês, em 1958. É uma das obras mais importantes relacionadas à metodologia e ao conhecimento científico. Nesse livro, Karl Popper dá uma contribuição decisiva ao problema da indução, que desafia os filósofos pelo menos desde o século 17.
Segundo a concepção tradicional de ciência, o ponto de partida do cientista são os dados empíricos, observáveis. Esses dados da observação, acumulados, transformam-se em hipóteses que, uma vez verificadas, tornam-se leis científicas. O procedimento lógico que norteia a ciência é a indução, que parte de dados singulares para chegar ao universal. O critério de demarcação usado para definir o que é ou não ciência é a verificação.
O problema da indução consiste no fato de que, por mais dados singulares que o cientista acumule, não há uma garantia lógica de que o enunciado universal daí inferido seja verdadeiro.
Popper defende em sua obra que o critério de demarcação da ciência não é a verificação, mas sim o falseamento. O que caracteriza o procedimento do cientista é uma tomada de decisão, em termos metodológicos, de não proteger do falseamento nenhum enunciado científico. Popper mostra como a ciência só pode ser definida por meio de regras metodológicas.
"A Lógica da Pesquisa Científica" divide-se em duas partes: a primeira se caracteriza como uma introdução à lógica científica e trata do problema da indução, da demarcação e da falseabilidade. A segunda parte desenvolve diversos temas relacionados ao que Popper chama de "componentes estruturais de uma teoria da experiência".
Karl Popper nasceu em 1902, em Viena e morreu em 1994, como um dos mais importantes filósofos do século 20. Seu pensamento iluminou não só o campo da filosofia da ciência, mas também o da teoria política e das ciências sociais.