Vida e obra de John Locke
Locke nasceu na Inglaterra. O pai de Locke lutou ao lado dos parlamentaristas na Guerra Civil inglesa. Locke permaneceu fiel à ideia de que o povo, não o monarca, é o soberano supremo. Estudou na Westminster School e em Oxford, onde se formou em medicina e, mais tarde, tornou-se professor. Nessa época, seu contato com a escolástica aristotélica não o atraiu para a filosofia. A partir de 1675, porém, passou alguns anos na França, onde estudos da filosofia de Descartes provocaram nele um duradouro impacto. Em 1681, pouco após seu protetor, o conde de Shaftesbury, ser julgado por traição, partiu para a Holanda, onde trabalhou em seu Ensaio sobre o entendimento humano. Defendeu ativamente a ascensão de Guilherme de Orange e retornou à Inglaterra após a Revolução Gloriosa de 1688. Em 1690, Locke publicou o Ensaio e os Dois tratados sobre o governo, as obras que lhe valeram sua reputação.
PRINCIPAIS IDEIAS: Locke foi profundamente influenciado pela teoria "corpuscular" da matéria, de Robert Boyle, uma restauração da ideia dos antigos atomistas de que o Universo é composto por partículas pequenas demais para serem vistas, e em cujos termos o comportamento e a aparência de todas as coisas materiais podem ser explicados. Esses corpúsculos sólidos podem ser descritos em termos geométricos - possuem posição, tamanho e forma e se movem no espaço -, mas nossa percepção de qualidades, como cores, odores e sons, é resultado dos arranjos insensíveis dessas partículas. A visão da realidade de Locke é, portanto, firmemente mecanicista.
Locke abraça uma teoria "representativa" da percepção, isto é, a percepção é consequência do impacto de objetos físicos sobre os nossos órgãos