victor jara

Á execução de Victor Jara seguiu-se a destruição dos "livros “marxistas” e de música “suspeita”. Pinochet dizia que “no es posible difundir una canción de un autor marxista”, revelando a preocupação de que a divulgação das músicas “sospechosas” desestabilizasse o Estado e a sociedade. Portanto, a morte do compositor e intérprete Victor Jara faz parte dessa sistematização para a destruição da mobilização social e política, dada a intensa receptividade que possuía nos setores mais desfavorecidos da sociedade chilena. Seu questionamento crítico vinculados em suas canções, não poderia ser tolerado neste regime repressivo que se valia do terror constante para adequar a sociedade às prerrogativas ditadas pelo regime.Desde o começo de sua carreira como compositor, Victor Jara preocupou-se em “dar voz” aos segmentos da sociedade que se encontravam marginalizados, expondo a sua preocupação com as discrepâncias sociais.

O rótulo de arte “comunista” era empregado para desqualificar a produção dos artistas, sendo estes considerados “inimigos” da Pátria/Nação. No Chile essa situação não diferiu da dos demais países. No entanto, apenas sua execução poderia extirpar o perigo de sua relação íntima com os setores populares que lhe davam inspiração, fazendo com que estes se sentissem representados em suas canções.

“Nuestra canción no es una canción de protesta, es una canción popular, porque ella está unida íntimamente a la juventud y al pueblo, íntimamente en sus sentimientos más nobles en su deseo ferviente de ser libre y de vivir mejor. Por eso es popular.” No dia 11 de setembro, Jara foi para a Universidade Técnica (UTE) a fim de participar na inauguração da exposição “Por la vida, contra el fascismo”, na qual Victor cantaria. Porém, a UTE foi cercada pelos militares e os que nela se encontravam foram transladados ao Estádio do Chile, que tinha sido convertido em campo de concentração.
Víctor Jara foi executado no dia 15 de setembro, em um dos subterrâneos