vi tomar no canto
Desceu até o saguão e contou tudo a Guimarães, o porteiro do hotel, amigo de sua família. Ele instantaneamente não acredita no que ouve e aconselha Léo a calar-se, o que não o colocaria em delicadeza em relação a seu emprego. Se há realmente um cadáver no Emperor Park, este seria descoberto logo.
Mas o que vira naquela tarde não lhe “desocupava” a mente. Começou inclusive a duvidar de si mesmo. Hora, como o Barão levaria um cadáver do segundo andar para o décimo segundo?!
No entanto, no dia seguinte resolveu investigar. Aproveitando o baixo movimento da manhã, percorreu o subsolo; agia com naturalidade, mas sempre atento a tudo. Ocorreu-lhe que o melhor lugar para se esconder um cadáver seria na lavanderia, pois havia dezenas de carrinhos usados para carga de roupas sujas, e talvez o corpo tivesse sido transportado em algum deles. Resolveu verificar um a um, obstinadamente. Enquanto o fazia, refletia: “quem o queria esconder não o deixaria tão à vista”.
Lembrara então das saletas quase nunca usadas, apenas uma estava trancada a chaves. Espiou pelo vidro da porta e enxergou um carrinho. Precisou arrombar a entrada e, entre fronhas e lençóis manchados de sangue, descobriu o corpo. Não hesitou em sair às pressas e chamar o gerente, quando algo muito forte lhe atingiu a cabeça fazendo-o perder os sentidos. Quando volta a si, tem uma desagradável