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A administração entre a tradição e a renovação.
Ornar Aklouf. São Paulo, Atlas, 1996. 269p. *
Sylvia Constant Vergara * *
Ornar Aktouf, reconhecido professor, pesquisador e consultor sediado no
Canadá, tem brindado seus leitores com rica e densa literatura que sinaliza para a necessidade de uma administração verdadeiramente humana. Também é disto que o livro trata. Estruturado em seis capítulos, por vezes repetitivo, ilustra os pontos de vista do autor com a experiência de dois países - Coréia e Suécia e de seis empresas, uma das quais localizada no Brasil, considerados todos como modelos de alto e renovado desempenho, embora tenham questões não-resolvidas.
Aktouf entende como administração tradicional aquela cujas ações se fundamentam nos pressupostos de Adam Smith, Taylor, Fayol, Elton Mayo e Ford, bem como nas correntes de cultura organizacional e de qualidade total. Lembra que suas bases conceituais se revelam não como ciência, mas como doutrina.
Esta foi desencadeada nos EUA do pós-guerra, e empresas e pessoas estão dela impregnadas. Segundo o autor, para essa doutrina, eficácia é sinônimo de submissão, logo, empregado é alguém para ser teleguiado. Disciplina, ordem, obediência, hierarquia, diferença de status, separação dos papéis de concepção e de realização são seus pilares. Duplo constrangimento é a sua marca: traz em si a alienação, mas supervaloriza a autonomia; arruma-se numa estrutura relacional de dependência, mas louva a liberdade; provoca a infantilização do empregado, obriga-o ao silêncio, mas clama por participação.
Administração tradicional é aquela que privilegia crenças míopes, tais como
"o homem certo no lugar errado". Abraçar tal crença é limitar as capacidades de uma pessoa ao que é exigido pelo posto que ocupa, não oferecendo oportunidades para a inventividade, iniciativa, imaginação, engajamento criador, busca do sentido do trabalho. É aquela que vê pessoas como "recursos humanos". Ora,
toda