Velho do restelo
Estrutura Externa - O episódio do Velho do Restelo localiza-se no canto IV (quarto) – estrofes 94 a 104
Estrutura Interna - Integra-se na narração, no plano da História de Portugal, onde Vasco da Gama narra ao rei de Melinda a história do seu país.
Os navios portugueses estavam prestes a partir. Esposas, filhos, mães e pais de marinheiros apinhavam-se na praia do Restelo para dizer adeus àqueles que partiam para uma viagem cheia de perigos inimagináveis. No meio desse ambiente, destaca-se o “Velho do Restelo”, que faz um discurso condenando aquela aventura insana pela cobiça – o desejo de riquezas, poder e fama – segundo ele.
- Após o episódio da Despedida de Belém
- Durante o reinado de D. Manuel I
Constituição do episódio
1ª Parte – Um velho de aspecto respeitável, com uma atitude de descontentamento, uma voz solene e audível e a sabedoria resultante da experiência de vida.
A sua figura transparece uma autoridade que lhe permite que fale e seja ouvido sem contestação. As suas palavras têm o peso da sua experiência de vida e a autoridade provém desta longa experiência.
94
Mas um velho d'aspeito venerando, (aspecto respeitável)
Que ficava nas praias, entre a gente,
Postos em nós os olhos, meneando
Três vezes a cabeça, descontente, (descontente)
A voz pesada um pouco alevantando, (voz solene e audível)
Que nós no mar ouvimos claramente,
C'um saber só de experiências feito,
Tais palavras tirou do experto peito:
[“experto peito” – o seu discurso é autêntico, vem da alma e assenta no conhecimento adquitido através da experiência de vida]
Parte 1 – Estrofes 95 a 97
O Velho era contra aquela partida, pois considerava a aventura inútil. Ele denuncia que a justificação do rei para esta viagem é apenas uma ilusão. Por outro lado, apresenta um extenso rol de consequências negativas: mortes perigos, crueldades, desamparo de famílias e adultérios. Esta parte é introduzida por uma série de