Veias abertas da América Latina
Eduardo escolheu por escrever o livro de uma forma que atingisse até as pessoas mais leigas, com uma linguagem literária e com a intenção de descrever todos os países da região. Tornando o texto atraente e apaixonante. De um jeito simples, usando comparações o autor busca nas raízes do colonialismo o porquê de uma região tão farta de riquezas é um lugar que existe uma intensa pobreza e subdesenvolvimento.
Esta obra foi escrita num momento obscuro da história do continente, quando havia muitas tensões políticas. Entre as décadas de 60 e de 70 se instalavam no poder da região as ditaduras fundamentadas nos interesses imperialistas norte-americanos. Por ter pensamentos revolucionários, Galeano, acabou sendo exilado em 1973, voltando ao seu país natal doze anos mais tarde. Um livro de caráter crítico e que condenava as atitudes imperialistas dos Estados Unidos e a exploração político-econômica dos países latinos americanos foi visto com maus olhos pelo regime autoritário, sendo proibido em alguns países, como Uruguai, Chile e Argentina.
Logo no início do livro, o autor, apresenta de uma forma direta o seu objetivo principal: “Há dois lados na divisão internacional do trabalho: um em que alguns países especializam-se em ganhar, e outro em que se especializaram em perder. Nossa comarca do mundo, que hoje chamamos de América Latina, foi precoce: especializou-se em perder desde os remotos tempos em que os europeus do Renascimento se abalançar pelo mar e fincaram os dentes em sua garganta. Passaram-se os séculos e a América Latina aprimorou suas funções.” (p. 17).
Com essa citação o autor quer dizer que desde o descobrimento até os dias de hoje toda a riqueza da América Latina virou capital estrangeiro, primeiro para os europeus e