variola
A devastação que esta doença acarreta leva-nos a fazer uma introdução histórica que ajuda a compreender a importância que a doença teve ao longo dos tempos. O conhecimento da estrutura e organização do agente infeccioso, o seu modo de transmissão e a doença por ele provocada ajuda-nos a compreender a possível ameaça terrorista.
Além disto considerámos relevante focalizar a importância da vacina, não só pelo facto de ter sido a primeira a ser descoberta, como pelo papel fundamental desta na erradicação da doença.
Coloca-se então a questão se os stocks de varíola que foram mantidos desde a erradicação desta doença, irão ser utilizados para o bem o para o mal. * A DOENÇA ATRAVÉS DOS TEMPOS…
O vírus da varíola foi pela primeira vez assim designado no ano 570 D.C por Bishop Marius de Avenches, na Suíça. A palavra deriva do latim, varius ou varus que significa bexigas (Sowers, 2002). Esta doença afectou em muito o desenvolvimento de civilizações ocidentais e foi uma das grandes pragas ultrapassando, a peste negra, a cólera e a febre-amarela, no seu impacto. Foi também a causadora da queda de alguns impérios.
O vírus da varíola parece ter evoluído a partir de um poxvírus animal há cerca de 10.000 anos nas florestas tropicais da África Central (Sowers, 2002). Com o crescimento da agricultura no nordeste africano – Egipto e Mesopotâmia – por volta do ano 9000 A.C. houve uma aglomeração das populações humanas, o que permitiu a transmissão da doença de pessoa para pessoa, sendo mais tarde levada por mercadores para a Índia, Ásia e Europa. As evidências mais antigas desta doença aparecem em lesões da pele nas múmias, existem inclusive marcas na cara na múmia do Faraó Ramsés V que morreu