Variação
Uma das variantes é o “r” retroflexo do londrinense quando pronuncia palavras como “porta, carne, certo” e do piracicabano quando pronuncia as mesmas palavras e também as que têm “r” entre as vogais como “cara, cera, tora”. Retroflexo significa “flexionado para trás” e ocorre quando a ponta da língua é flexionada para trás ao pronunciar a palavra.
Outro caso é o “l” alveolar da região de Pato Branco, que é pronunciado até mesmo antes de consoante e no final da palavra. Lá, pronuncia-se a letra “l” da palavra “alto” do mesmo modo que o “l” de “alô”. Alveolar é o nome dado à consoante que, quando pronunciada, é articulada com a ponta da língua próxima ou em contato com os alvéolos dos dentes incisivos superiores (céu da boca).
A variação pode ocorrer também quanto ao vocabulário, ou seja, de palavras diferentes em sua estrutura, mas com mesmo significado. Por exemplo, em Pernambuco a palavra “cheiro” representa um carinho feito em alguém, o que em outras regiões chamaria de “beijinho”. Macaxeira, no Norte e no Nordeste, é o aipim ou a mandioca nas demais regiões. Outros exemplos: abóbora=jerimum; canjica=mugunzá; mexerica=tangerina, laranja-cravo; piá=menino, mutá=escada, etc.
Há a variação diatópica sintática, que é sobre a variação na estrutura frasal e/ou expressões. Por exemplo, em certas regiões no Espírito Santo, no Maranhão, Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, fala-se: “Tu já estudaste Química?”, enquanto na maioria dos outros estados, fala-se: “Você já estudou Química?”. No Nordeste há a preposição verbal de negação, como em “sei não” (ou “não sei, não” no Sudeste) e o uso do artigo definido antes de nomes próprios como em “Falei com Joana” (nordeste) e