VARGAS E A IDEOLOGIA ESTADONOVISTA
VARGAS E A IDEOLOGIA ESTADONOVISTA
Ao repensarmos o Estado Novo – denominação empregada para caracterizar um momento particular da nossa história contemporânea e que abarcou o período de 10 de novembro de 1937 a 29 de outubro de 1945 – verificamos que ainda guardamos resquícios daquela época. A memória de Getulio Vargas, político reverenciado pelas massas, continua sendo lembrada por muitos brasileiros que, apesar de o saberem ditador, não se esquece dos benefícios que o cordial estadista trouxe ao país. Aliás, a persistência dessa retórica é, ainda nos dias de hoje, sinal de que a doutrinação sustentada pela propaganda estado-novista surtiu efeitos e alcançou um dos objetivos almejados: o do culto à personalidade de Vargas, cuja imagem se confunde com a ideia de nação e de Estado moderno. (CARNEIRO, ,p.327)
1.1 Vargas e a política Estado-novista:
O intervencionismo estatal fora iniciado em 1930, com o golpe da Revolução. A justificativa do novo movimento denominado Estado Novo era eliminar o pensamento liberal-democrático que só servia para desintegrar a nação. Com isso, cancelou as eleições que estavam para acontecer, temendo uma restauração do poder paulista e o populismo radical. Para Vargas, só um poder forte, autoritário estaria em condições de oferecer a integração nacional que o Brasil necessitava. Robert M. Levine comenta:
Gélido ou não, Vargas orquestrou com maestria os acontecimentos mediante os quais o Estado Novo se impôs. Conseguiu o apoio do comando militar e assegurou aos jornalistas, em especial aos correspondentes estrangeiros que transmitiam notícias do Brasil, que estava tudo sob controle.(LEVINE, 2001, p.82)
Todas essas ações foram feitas para assegurar o poder nas mãos do presidente. Esse feito foi concretizado com a revogação da Constituição de 1934, e outorgando uma nova baseada nos conceitos de autoridade voltada para o chefe de Estado, o presidente. A nova Constituição negava o direito de participação