Futebol na era vargas. Fonte: Agencia USP de notícias
Por Felipe Maeda Camargo - felipe.maeda.camargo@usp.br Publicado em 3/fevereiro/2010 | Editoria : Sociedade | Imprimir |
O futebol brasileiro, de estilo individualista e exibicionista, não se curvou à tentativa do governo de Getúlio Vargas em usá-lo como instrumento político. A historiadora Melina Pardini lembra que, apesar de o Estado Novo – período de 1937 a 1945, em que Vargas impôs um governo autoritário – tentar concretizar o seu projeto de construir uma nação ordenada e disciplinada com o futebol, havia muitos aspectos do esporte que afrontavam esse plano.
Para o Estado Novo, Leônidas passava imagem oposta a de jogador ideal
No estudo de mestrado A Narrativa da Ordem e a Voz da Multidão:
Futebol na Imprensa durante o Estado Novo, apresentado na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, Melina relata que, para o governo da época passar sua ideologia através do futebol, utilizava alguns métodos bem eficazes. Um deles era pelo controle da mídia: “Nessa empreitada de moldar o futebol de acordo com os princípios estadonovistas, os jornais também representavam a massa torcedora como um conjunto harmônico, sem conflitos e individualismos.”
Estilo libertário
De acordo com a pesquisadora, no Estado Novo havia outra concepção, outro estilo: um futebol ordenado, disciplinado e coletivo. “Houve um esforço para consolidar o futebol como esporte nacional e instrumento político, já que isso poderia ajudar a concretizar o projeto de construir uma nação ordenada e disciplinada”, conta. “Mas existe um estilo brasileiro de jogar, individualista e que preza a malemolência, a malandragem. Um estilo libertário e individualista.”
E esse estilo libertário que se sobrepôs ao estilo disciplinado ficou mais evidenciado por Leônidas da Silva, também conhecido como Diamante Negro. “O craque do momento era um negro, que era malandro e com um jogo totalmente individualista. Essas características de