estado novo boris fausto
A proposta deste artigo consiste na reflexão acerca de um dos pontos desse mosaico chamado futebol: o estádio – que para alguns é o lugar de encontro para jogar e observar o esporte e, para outros, palco para o desenvolvimento de um espetáculo emocionante. Todavia, este lugar social também apresenta, para muitos, uma atmosfera ritualística que envolve as partidas, algo que eleva o estádio à posição de um verdadeiro templo onde os torcedores se dedicam a cultuar os deuses da bola.
Quer seja como um palco de grandes espetáculos ou mesmo como um templo para a prática de uma religião que arrebata tantos fiéis, o estádio de futebol aparece no primeiro governo Vargas enquanto um importante elemento a ser utilizado com fins políticos e cívicos, ao mesmo tempo em que o jogo de bola ia ganhando cada vez mais espaço dentro do projeto de construção da “nação”. Nesse sentido, diversos autores nos remetem para o quanto se tenta forjar uma ideia de nação no seio de grupos marcados pela diversidade e, o Brasil, nesse caso, é um lugar privilegiado para refletirmos sobre isso. Desde a infância, principalmente através da escola e dos livros didáticos, e também por intermédio de outros meios, há tentativas constantes de naturalizar o que artificialmente foi – e continua sendo – construído: um espírito nacional brasileiro.
Nesta perspectiva, recorremos à ideia elucidativa trazida pela filósofa Marilena Chauí (2000, p. 12) em sua classificação da