Van gogh
“Curiosa e estranha a predileção de Van Gogh pelos girassóis... Flores ambivalentes, sob a luz intensa do sol são altivas e soberbas. Brilham no mais esplêndido amarelo. Quando surge a penumbra seguida da escuridão se fecham e debruçam sobre si mesmas como fetos em útero materno. Únicos parecem ter momentos de vida e morte ,euforia e depressão,no movimento constante de girar pela luz e fechar-se na escuridão. Visto pelo espectro de vida do artista defini suas alternâncias de humor como ,os girassóis de Van Gogh”.
“A pintura esta na minha pele... é um sol, uma luz, que eu só posso chamar de amarelo, porque não tem outra palavra... como o amarelo é lindo!...” Vincent Van Gogh (1853-1890)
No soneto, o poeta comparando-se ao girassol, cujo comportamento descreve na primeira parte, chama a amada de Meu Sol e diz-lhe como vê-la o faz viver :
Mostrando-lhe esse rosto que dá vida,, e … em não vos vendo, entristecida / Se murcha, e se consome em grão tormento /Uma admirável erva se conhece
Que vai ao Sol seguindo de hora em hora
Logo que ele do Eufrates se vê fora,
E quando está mais alto, então floresce
Mas quando ao oceano o carro desce
Toda a sua beleza perde Flora
Porque ela se emurchece, e se descora
Tanto co’a luz ausente se entristece.
Meu Sol, quando alegrais esta alma vossa,
Mostrando-lhe esse rosto que dá vida,
Cria flores em seu contentamento
Mas logo, em não vos vendo, entristecida
Se murcha, e se consome em grão tormento
Nem há quem vossa ausência sofrer