valores da vida humana

A observação e a razão são instrumentos naturais dos quais dispomos para descobrir e evidenciar a realidade. A ciência utiliza a razão para analisar dados proporcionados pela observação, relacionar causas e efeitos, idealizar experimentos, elaborar conceitos ou construir modelos.

O médico é observador da vida humana e deve usar o método científico e cognitivo para tomar consciência da realidade, como aplicação a um objetivo claro: o desenvolvimento do ser humano, processo esse que deve ser respeitado.

O ser humano é capaz de julgar valores e distinguir o bem do mal, devido ao sentido moral que possui. Esta capacidade ética está relacionada com o processo evolutivo e com o desenvolvimento de uma alta função intelectual, que finalmente se traduz na responsabilidade que cada ser possui pelos seus atos. Depois de uma demorada evolução e desenvolvimento tecnológico e científico, nos perguntamos: “Pode o ser humano decidir sobre a vida humana em todos os aspectos possíveis?” Temos que admitir a necessidade de ajustar a investigação científica e nosso comportamento a certos limites legais e principalmente éticos.

A investigação do Genoma Humano é um dos avanços científicos mais importantes da atualidade, e nos leva a apreciar ainda mais o valor da vida humana. A UNESCO¹ reconhece que as investigações sobre o Genoma e suas aplicações abrem imensas perspectivas de melhorias para a saúde de todos os seres humanos do planeta, mas ressalta o respeito à dignidade, à liberdade e aos direitos individuais de cada ser humano, bem como proíbe a discriminação fundada em características genéticas. A UNESCO (1) proclama a Declaração Universal sobre o Genoma e os Direitos Humanos em 20 de dezembro de 1996, que expressa em seus primeiros artigos:

Art. 1 - O Genoma Humano subjaz à unidade fundamental de todos os membros da família humana e também ao reconhecimento de sua dignidade e diversidade inerentes. Num sentido simbólico, é a herança da humanidade.
Art. 2 (a) - Todos