Valeria Simplicio
EDUCAÇÃO E RELAÇÕES ETNICORRACIAIS
10 a 12 de novembro de 2010
UFS – Itabaiana/SE, Brasil
“OS SURDOS”: SUJEITOS DE UMA CULTURA PRÓPRIA NUM ESPAÇO
MULTICULTURAL?
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Valéria Simplício (Faculdade São Luís de França)
RESUMO
O presente trabalho procura fazer uma reflexão acerca da relação entre a surdez e a cultura através dos referenciais teóricos: cultura, cultura surda e multiculturalismo, buscando analisar as discussões que têm sido travadas na atualidade sobre a “Cultura Surda” a partir de dois modos: de um lado, a existência de uma cultura surda e seu oposto (a cultura ouvinte); do outro, a não aceitação da existência de uma cultura surda, uma vez que surdos e ouvintes fazem parte de um mesmo universo social. Algumas questões serão levantadas com o pressuposto de discursar sobre movimentos de lutas e batalhas pelos surdos e pela aceitação de uma Cultura Surda num espaço multicultural, bem como os discursos sobre a desconsideração da existência de agrupamentos de surdos que se utilizam de formas de representações diferentes daquelas utilizadas pelos ouvintes. Alguns estudiosos da área, apoiados no conceito de multiculturalismo, que entende a cultura não restrita à etnia, à nação ou à nacionalidade, mas como um lugar de direitos coletivos para a determinação própria de grupos, têm defendido a existência de uma cultura surda, consubstanciada por comportamentos, valores, atitudes, estilos cognitivos e práticas sociais diferentes da cultura ouvinte. No entanto, a questão da existência de uma cultura surda gera dificuldades e incompreensões em alguns por entenderem que, apesar da surdez ser um traço de identificação entre os surdos, parece não ser suficiente para considerá-los como "pares" ou como "iguais" ou mesmo como parte de uma mesma comunidade só pelo fato de serem surdos. Palavras-chaves: surdez; cultura surda; multiculturalismo
INTRODUÇÃO
Questiona-se muito sobre a Cultura Surda. Existe realmente uma Cultura Surda?
Como