Vale do café escravista - 1830 - 1870
Ao nos debruçarmos sobre o tema, inicialmente, devemos entender a montagem da cafeicultura brasileira no entendimento da historiografia. Ao pensar a bandeira do novo império recém fundado, D. Pedro destacou a importancia da presença de um ramo da árvore de café. Mesmo que, naquele período, o café não fosse o principal produto da economia. Em 1828, o Brasil já despontava como o maior produtor mundial do gênero. Quase toda a produção vinha do Vale do rio Paraíba do Sul ou, simplesmente, Vale do Paraíba. Tratava-se de uma área relativamente desocupada em 1800, que 50 anos depois adquiria o caráter de típica região escravista de plantation. Conforme pontua a historiografia, sua ascensão representou uma escala inédita e seu impacto para a conformação do estado Nacional foi decisiva. “O Brasil é o Vale”. O objetivo do autor é demonstrar os fatores determinantes que possibilitaram ao Vale do Paraíba despontar como um dos maiores produtores de café no século XIX. Enfatizando alguns elementos como: o trabalho escravo, o próprio café, as políticas de Estado, a elite agrária e o contexto internacional. Reflexões historiográficas sobre as articulações entre o mercado mundial e a montagem da cafeicultura brasileira. Em 1940, os historiadores dentem a relacionar a produção de café à crise da mineração e à retomada das atividades agroexportadoras na virada do século XVIII para o XIX. O café, plenamente adequado às condições naturais do centro-sul começou a ser produzido em larga escala, no momento em que a demanda mundial aumentou, após a Revolução escrava ocorrida em São Domingo e o arranque da industrialização nos países europeus. Schwartz denominou tal reflexão de o “paradigma dependentista” de análise do passado colonial brasileiro. Trata-se de um modelo que ressaltava o caráter escravista, agroexportador e voltado para fora, para as economias mundiais capitalistas.