Vainer
Pátria, Empresa e Mercadoria. Notas sobre a estratégia discursiva do planejamento estratégico urbano Carlos B. Vainer
Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional - IPPUR
Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ
Edifício da Reitoria, sala 543
Cidade Universitária - Ilha do Fundão
21910-240 Rio de Janeiro RJ
ÍNDICE
1. A nova questão urbana: produtividade e competitividade.
2. Cidade-mercadoria: a cidade objeto de luxo
3. Cidade-empresa: democracia direta da burguesia ou ditadura gerencial?
4. A Cidade-pátria: o consenso como princípio e fim
5. City x Polis
6. Referências Bibliográficas
1. A nova questão urbana: produtividade e competitividade.
Entre os modelos de planejamento urbano que concorrem para ocupar o trono deixado vazio pela derrocada do tradicional padrão tecnocrático-centralizado-autoritário está o do chamado planejamento estratégico. O modelo vem sendo difundido no Brasil e na
América Latina pela ação combinada de diferentes agências multilaterais (BIRD,
Habitat) e de consultores internacionais, sobretudo catalães, cujo agressivo marketing aciona de maneira sistemática o sucesso de Barcelona [1].
Inspirado em conceitos e técnicas oriundas do planejamento empresarial, originalmente sistematizadas na Harvard Business School[2], o planejamento estratégico, segundo seus defensores, deve ser adotado pelos governos locais em razão de estarem as cidades submetidas às mesmas condições e desafios que as empresas. Assim, por exemplo, file:///D:/HTML/carlos_vainer_a1.htm (1 of 25) [27/10/2003 16:00:40]
Pátria, Empresa e Mercadoria
Bouinot e Bermils afirmam a necssidade da “transposition de la démarche stratégique à la gestion urbaine” porque as cidades vêm sendo desafiadas por “mutations identiques” às vividas pelas empresas. (Bouinot & Bermils, 1995, p. 12). Para Borja, “las ciudades toman acto de la mundialización de la economía y de la comunicación” e, em consequência, “se