Resumos - O branco como meta e Estado e raça no Brasil
COSTA, Sérgio. O branco como meta: apontamentos sobre a difusão do racismo científico no Brasil pós-escravocrata. Estudos Afro-Asiático, ano 28. n. 1/2/3. p. 47-68, jan./dez. 2006.
O autor começa afirmando que o racismo científico propagado no século XIX na Europa marcou o debate entre intelectuais brasileiros até 1930. Seguindo esse pressuposto, eles acreditavam que a humanidade estava dividida em raças que formavam um hierarquia biológica onde os brancos ocupam a posição superior.
Porém os pensadores brasileiros discordavam sobre um ponto do racismo científico que diz respeito a "mistura de raças". Para alguns a "mistura de raças" que acontecia no Brasil levaria a uma "[...] degeneração crescente e à impossibilidade de constituição de um povo brasileiro habilitado à 'civilização'." (COSTA, 2006, p.49) E outros, que de acordo com o autor seriam mais otimistas, acreditavam na "[...] possibilidade de melhoria e regeneração racial que levaria ao desaparecimento progressivo de negro e mestições de pele escura, tidos como inferiores, e ao embranquecimento paulatino do conjunto da população." (COSTA, 2006, p. 49) Feito isso, Costa começa a discorrer sobre a vertente mais otimista e as teorias dos autores Sylvio Romero, João Batista Lacerda e Oliveira Vianna, fazendo uma análise de como seria essa "mestiçagem branqueadora" que eles propunham. Os três autores admitiam o mestiço como elemento de transitório, porém Sylvio Romero, apoiado nas teorias evolutivas, acreditava que "[...] o desaparecimento dos negros e mestiços obedeceria ao princípio de seleção natural."(COSTA, 2006, p.63-64) Lacerda, por sua vez, fazendo um paralelo entre os negros americanos - que para ele, eram organizados e devido a isto aumentariam de número - e os negros brasileiros, acreditava que estes últimos "em virtude da sua desorganização desapareceriam no lapso de um século." (COSTA, 2006, p.64)
Já Oliveira Vianna seguia a ideia de Sylvio Romero e o conceito de "capital eugênico" de