Vaguidão específica
Millôr Fernandes
“As mulheres têm uma maneira de falar que eu chamo de vago-específica.” Richard Gehman
- Maria, ponha isso lá fora em qualquer parte.
- Junto com as outras?
- Não ponha junto com as outras, não. Senão pode vir alguém e querer fazer coisa com elas.
Ponha no lugar do outro dia.
- Sim Senhora. Olha, o homem está aí.
- Aquele de quando choveu?
- Não o que a senhora foi lá e falou com ele no domingo.
- Eu disse pra ele continuar.
- Ele já começou?
- Acho que já. Eu disse que podia principiar por onde quisesse.
- È bom?
- Mais ou menos. O outro parece mais capaz.
- Você trouxe tudo para cima?
- Não Senhora, só trouxe as coisas. O resto não trouxe porque a senhora recomendou para deixar até a véspera.
- Mas traga, traga. Na ocasião nós descemos tudo de novo. È melhor, senão atravanca a entrada e ele reclama como na outra noite.
- Está bem, vou ver como.
Responda:
a) O texto acima, não deixa claro quais os elementos do contexto de produção pela “falta de especificidade no emprego do vocabulário”. Assim, faça um levantamento dos termos usados de maneira “vaga e inespecífica”:
Resposta - Os termos estão destacados no texto acima.
b) Reescreva agora o texto, utilizando um vocabulário mais específico e inserindo trechos descritivos ou narrativos quando necessário. Procure ainda, verbos “dicendi” que denotam a maneira como o emissor se pronuncia.
Resposta –
“A Vaguidão Específica”
Millôr Fernandes *Adaptação Cristiane Rodrigues *
Joana exclama a sua filha - Maria, ponha essas sacolas com os cartões de natal fora da cozinha lá na sala.
Maria ponderou - Junto com os presentes? Joana Discordou - Não ponha junto com os presentes, não. Senão pode vir o seu irmão Mateus e mexerá nelas.
Acrescentou Joana - Ponha naquele armário, onde já havia guardado uns presentes ontem.
- Sim mãe, concordou Maria. Olha, o encanador está aí. Joana prosseguiu - João, aquele que arrumou