Vaguidão especifica

- Maria, ponha isso lá fora em qualquer parte.
- Junto com as outras?
- Não ponha junto com as outras, não. Senão pode vir alguém e querer fazer coisa com elas. Ponha no lugar do outro dia.
- Sim senhora. Olha, o homem está aí.
- Aquele de quando choveu?
- Não, o que a senhora foi lá e falou com ele no domingo.
- Que é que você disse a ele?
- Eu disse pra ele continuar.
- Ele já começou?
- Acho que já. Eu disse que podia principiar por onde quisesse.
- É bom?
- Mais ou menos. O outro parece mais capaz.
- Você trouxe tudo pra cima?
- Não senhora, só trouxe as coisas. O resto não trouxe porque a senhora recomendou para deixar até a véspera.
- Mas traga, traga. Na ocasião nós descemos tudo de novo. É melhor, senão atravanca a entrada e ele reclama como na outra noite.
- Está bem, vou ver como.

Leia o texto “A vaguidão específica” e explique como coesão e coerência se fazem presentes no texto.

Ao lermos o texto, pois as orações que o compõem, ainda que próprias da língua, não apresentam uma relação de sentido entre si, estão desarticuladas. As mulheres do diálogo mudam de assunto repentinamente sem antes haver um contexto que mude a forma como a conversa se dá e assim permita que se discuta um novo tópico. Para que o texto se torne coerente para o leitor é necessário que o mesmo faça alguma inferência ou imagine alguma situação para que o diálogo fizesse sentido.

É importante resaltar que o texto mesmo sendo incoerente para os leitores parece estar em perfeita harmonia para as personagens do diálogo. É possível observar isso quando analisamos o texto e percebemos que a conversa entre as personagens flui perfeitamente. Os leitores não sabem, mas as mulheres sim e como as duas sabem do que estão falando, o “encaixe” do texto vai sendo feito de forma coerente e coesa. Mesmo que os leitores não consigam identificar referência que lhes deem o sentido do diálogo entre ambas, porém eles conseguem perceber no texto alguns tópicos