Vacina
Cristiane Albuquerque e Vinícius Ferreira primeira vacina para esquistossomose foi aprovada nos testes clínicos de fase 1, mostrando ser segura e capaz de induzir imunidade à doença, que afeta 200 milhões de pessoas no mundo. Baseada no antígeno Sm14, desenvolvida e patenteada pelo Instituto Oswaldo
Cruz (IOC/Fiocruz), a vacina coloca o nome do Brasil na fronteira da ciência mundial, como a primeira vacina para helmintos. Como tem potencial multivalente, a vacina já mostrou ser eficaz também para a fasciolose (verminose que afeta o gado) e poderá ser usada como base para o desenvolvimento de imunizantes para outras doenças causadas por helmintos.
A iniciativa também é um marco para a pesquisa em âmbito nacional, pois esta é a primeira vez em que foram realizados no Brasil testes clínicos de fase 1 para uma vacina. A
Sm14 inova, ainda, do ponto de vista do modelo pesquisa, sendo foco da primeira parceria público-privada desenvolvida pela Fiocruz, estabelecida
A
com a empresa Ourofino Agronegócios, com apoio de agências de financiamento, como a Finep, a Faperj e o
CNPq. São mais de 30 anos de empenho, liderados pela pesquisadora do
IOC Miriam Tendler. “Esta inovação é originalmente brasileira, o que coloca o país na fronteira do conhecimento em uma área de alta complexidade tecnológica, o setor saúde”, sintetiza.
A diretora do Instituto, Tania AraújoJorge, ressalta a relevância da iniciativa no cenário científico. “Este é um avanço emblemático para a ciência
brasileira porque estamos fazendo desenvolvimento científico de ponta: é a primeira vacina para uma doença parasitária no mundo”, avalia.
A proteína-base da vacina, isolada e caracterizada no Laboratório de
Esquistossomose Experimental do
IOC, na década de 90, foi escolhida pela Organização Mundial da Saúde
(OMS) como um dos seis antígenos mais promissores no combate à doença. O teste clínico fase 1 em humanos teve início em 2011, após a aprovação do