A vacina de DNA foi descrita em 1990, quando o plasmídio contendo um gene repórter que codifica a â-galactosidase expressou a proteína após a inoculação direta no músculo de camundongos (WOLFF et al., 1990). Este estudo avaliou fatores que determinam a eficiência da transferência do gene e da imunogenicidade conferida pela inoculação do plasmídio. Posteriormente, a inoculação de DNA que codifica uma proteína imunogênica do vírus influenza conferiu imunidade protetora em camundongos (ULMER et al., 1993). A partir destes resultados, o entendimento sobre o mecanismo imunológico induzido por este tipo de vacina despertou interesse da comunidade científica. Na medicina humana, as pesquisas com vacinas de DNA têm sido direcionadas principalmente para a AIDS, malária e tuberculose (WANG et al., 1998, WANG et al., 2005; ZHANG et al., 2007). A utilização da vacinação por DNA na terapia contra tumores gerou resultados satisfatórios (LIU et al., 2004) e, recentemente, resultou no controle de crescimento de melanoma em estágio avançado (LIAO et al., 2006). Diversos trabalhos têm demonstrado a indução da imunidade protetora em camundongos pela imunização genética contra uma variedade de microrganismos como vírus (DAVIS; McCLUSKIE, 1999), bactérias (STRUGNELL et al., 1997) e protozoários (KALINNA, 1997), contra o câncer (LIU et al., 2004) e algumas doenças autoimunes (RAMSHAW et al., 1997). A administração de uma única dose de plasmídio pode proporcionar um amplo espectro de resposta imune, incluindo a ativação dos linfócitos T CD8+ e linfócitos T CD4+, os quais secretam citocinas e têm função reguladora na produção de anticorpos (KOWALCZYK; ERTL, 1999). O sucesso da imunização com DNA depende, principalmente, da natureza dos antígenos, da freqüência e via de administração, da concentração de DNA administrada, da localização celular do antígeno codificado pelo plasmídio (secretado, ligado à membrana ou citoplasmático), da idade e saúde do hospedeiro e da espécie dos animais