Utopia e Barbarie
Leonardo Menezes
História e Direito.
Orientador: Ricardo Viana da Cunha .
Salvador
2014
Em um país localizado as margens do mundo, um lugar onde o termo capitalismo selvagem definitivamente não é uma metáfora, faz-se necessário, a intervenção de um Estado modelador do bem-estar social, capaz de quebrar este regime e estabelecer uma sociedade mais igualitária. Fala-se em globalização, mas as fronteiras caíram para as mercadorias, não para o trânsito das pessoas. Proclamar nossa singularidade é uma forma de resistir à tentativa autoritária de aplainar as diferenças.
O maior dilema do ser humano em todos os tempos tem sido exatamente esse, o de lidar com a dicotomia eu e o outro. Porque, embora a afirmação de nossa subjetividade se verifique através do reconhecimento do outro, este é também aquele que pode nos aniquilar. E se a Humanidade se edifica neste movimento pendular entre agregação e dispersão, a história do Brasil vem sendo alicerçada quase que exclusivamente na negação explícita do outro, por meio da violência e da indiferença. A cicatriz que possuímos nos dias de hoje, é a marca de um passado real, que alterou todas as estruturas sociais. Contudo, não nos deixa duvidas de que as utopias e as barbáries que enfrentamos são como um mecanismo infalível para olhar o agora sem tirar os olhos do que passou.
“Utopia e barbárie”, um documentário que retrata uma geração que viveu as revoluções de esquerda e da contracultura, as guerras de independência na África e na Ásia, a guerra do Vietnã, as ditaduras latino-americanas, a queda do muro de Berlim e a disseminação da globalização e do neoliberalismo, funcionando como um "pensamento único". Etnia está que tinha vida, além de seus corpos mortais, vida ideológica que atravessava as mais distantes fronteiras e motivavam outros idealistas e visionários da liberdade e democracia. Havia nos períodos pós grande segunda guerra mundial e 1968 uma dinâmica social e ideológica, nos debates, nas