UTOPIA E BARB RIE
Giulia Brito
“Resistir à crise da utopia. Para isso, é preciso ver o que é a distopia, conhecer o barbarismo intimamente e criar uma nova forma de reagir, e isso começa pelo diálogo entre duas pessoas, três pessoas...” – Muk Tsur, dirigente do movimento de Kibutz. "Utopia e Barbárie" é um road movie histórico que percorreu ao todo 15 países: França, Itália, Espanha, Canadá, EUA, Cuba, Vietnã, Israel, Palestina, Argentina, Chile, México, Uruguai, Venezuela e Brasil.
No filme, são vistos testemunhos de diversas categorias que demonstram o título, seja por meio das bárbaras intervenções dos EUA para impedir a concretização da utopia comunista, seja pela lembrança das bombas atômicas, pela luta contra a ditadura ou ela mesma em si, seja pelo desejo do estado judeu, que para os palestinos significa vergonha; “Utopia e Barbárie”, porque todo sonho de mudança convive com repressão e para alcança-lo é preciso reprimir outros. Afinal, é utópico pensar que não haverá derramamento de sangue para criar um mundo sonhado, e tanto quanto é pensar que não haverá violência para acabar com a guerra.
Os testemunhos começam falando sobre a “bomba para a salvação”, que resultou na morte de 70 mil pessoas e suas imagens chamadas de “o inferno na Terra”. Pensando desta forma, há contradições na frase; salvação, morte e inferno discordam entre si em sentido, com isso, é possível perceber que são dois lados, o de quem usou a bomba e o de quem viu (por vivência, não por pesquisa) os efeitos dela. O vídeo com isso abre espaço para o questionamento, ainda há quem diga que há justificativa para as bombas atômicas, quem diga, ainda, que os campos de concentração não existiram, o que isso seria? Resposta simples, no entanto complexa em âmbito de querer saber mais, cultura massificada. As pessoas foram ensinadas a lembrar-se daquilo que para eles (EUA) é interessante, foram bestializadas para que eles sejam sempre os heróis que mostram em seu cinema