Uso de tablets no ensino
Romain Mallard
Recentemente, o Governo revelou os seus planos para equipar os estudantes brasileiros com tablets. Citaram o projeto de aquisição de centenas de milhares de dispositivos para reforçar o sistema de ensino público, projetando investimentos significativos em infraestrutura. Embora o anúncio deixe todo mundo animado com as perspectivas, ainda é necessário debater os desafios que surgem com a inserção de uma tecnologia tão avançadanas instituições de ensino. Além da necessidade de entender as reais oportunidades oferecidas, o impacto efetivo deste dispositivo na qualidade da educação vai depender dos aplicativos que serão desenvolvidos e da capacidade do sistema educacional brasileiro em absorver, de maneira sustentável, tamanha inovação. A oportunidade de usar as tablets em escala como dispositivos educacionais é recente, pois, se apoia em um tripé de evoluções que, aos poucos, se tornaram viáveis financeiramente. O primeiro elemento é a usabilidade. A partir de 2010, foram concebidos sistemas operacionais específicos que, junto com as melhorias do hardware, tornaram esses dispositivos surpreendentemente fáceis de usar. Virou tão simples e intuitivo, que até uma criança de três anos consegue ligar e acessar um programa sem a mínima orientação. O segundo ponto que faz a diferença é a hiperconectividade das tablets, que são realmente aproveitadas quando conectadas à internet. Oferecer tablets sem se preocupar com o acesso à web seria como distribuir o papel sem a caneta. O último ponto e, provavelmente, o mais efetivo no contexto educacional, é a riqueza de aplicativos específicos ao qual eles dão acesso, pois, são estes pequenos programas que definem o real potencial dos dispositivos. As tablets constituem uma pequena revolução na relação do homem com o computador, trazendo mobilidade, conectividade e versatilidade a usuários que, muitas vezes, nem estavam inseridos no mundo