Uso de linguagem cartográfica no ensino de geografia
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A partir da sala de aula, para além dela: reflexões sobre a prática escolar em Cartografia
Cristina Maria Costa Leite (*)
Sempre defendi a ideia de que a Geografia é uma área do conhecimento que propicia a compreensão efetiva da realidade, uma leitura de mundo mais completa, notadamente diante de uma complexa realidade, que é a contemporânea, fruto dos processos de desenvolvimento das várias civilizações que se sucederam na superfície do planeta Terra, em distintos tempos e espaços. Hoje, essa complexidade é intensificada pelos processos de comunicação tecnológica, que modificam os modos de articulação e interação entre as pessoas, superando tempos e espaços em virtude da possibilidade de instantaneidade, simultaneidade e assincronidade dessas relações. Enfim, a Geografia é uma área do conhecimento que permite compreender o mundo, numa perspectiva muito interessante. Tal premissa aplicada à Educação, especificamente aos processos educativos que ocorrem nas instituições de ensino público e privado da Educação Básica, confere um significado estratégico aos conteúdos i em Geografia e, por conseguinte, às habilidades e competências que são adquiridas em decorrência da apropriação desses. Em outras palavras, aquela possibilidade de compreensão do mundo, afeta ao próprio objeto de estudo da Geografia, o espaço, e tem condicionantes e não se restringem à mera apropriação dos conteúdos específicos. E é justamente nesse quesito que a atuação do professor é fundamental para viabilizar essa intenção, na medida em que ele deverá dispor de conhecimentos prévios sobre os conteúdos a serem estudados, ao ponto de lhe permitir articular os saberes de seus alunos, de sua comunidade, para a partir daí, e coletivamente, efetuar a leitura de mundo e compreender a realidade. Castelar (2005) comenta com muita propriedade que o processo de construção da