UPE 2014
Na mesma condição, segundo o Instituto, encontram-se 38% dos estudantes universitários brasileiros. Chegaram ao ensino superior sem fazer a leitura da realidade que os cerca – uma espécie de ‘escravos na caverna, como se refere o Mito da Caverna, do filósofo Platão’ -, veem somente as sombras da realidade, não conhecem esta de fato. O resultado dramático dessa leitura rudimentar é o despreparo de gerações e gerações brasileiras para adentrar, com qualidade, o mercado de trabalho.
Como uma importante transversalidade sobre ‘leitura de mundo’ e consequente desenvolvimento da cidadania, seria possível também lembrar da Constituição Cidadão, que acaba de fazer 25 anos. No momento em que a promulgava, em 1988, o então relator da assembleia constituinte, Ulysses Guimarães, reiterou que uma Constituição, para ser cidadã, precisava começar com ‘a letra, a educação’. Isso se refere ao fato de que todos os brasileiros, conforme está previsto na própria Carta Magna, têm direito a uma educação de qualidade. Somente assim, a Constituição seria lida, conhecida e interpretada para servir à praticidade do dia a dia do brasileiro.
O acesso ao livro no Brasil, o estímulo à leitura, o papel da produção de livros na internet (e-books) seriam, de igual modo, questões relevantes nessa abordagem.
Assim, embora, para alguns candidatos, o tema proposto pela UPE possa ter parecido restrito demais, não era. A vertente social da abordagem sobre a leitura abriu um amplo leque para importantes e necessárias transversalidades