Universitáro
Eu não pretendo, obviamente, logo de cara, no primeiro dia tentar afirmar o que seria de fato uma história cultural nos moldes atuais, até por que seria inviável fazer isso sem antes abordar um pouco do contexto em que ela surgiu, as tensões que possibilitaram sua existência, sem falar de algumas obras que podemos classifica-las como de história Cultural surgidas ao longo do tempo, sem falar de sua ligação com as mentalidades e com outros campos do conhecimento. Durante as apresentações que se seguirão tentaremos esboçar esse pontos para enfim tentar explicar o que seria História Cultural, ou melhor, o que os Historiadores culturais fazem atualmente.
Então, para melhor compreendermos o significado desse campo historiográfico que despontou atualmente como a abordagem mais difundida atualmente entre historiadores de todo o mundo, -no brasil, cerca de 80% das produções corresponde a história cultural, dada a partir dos anos 90, segundo Sandra Jatahy Pesavento- é interessante entendermos em que contexto a nova história cultural surgiu, qual a situação que possibilitou a sua retomada pelos estudiosos, na Europa e consequentemente sua chegada ao Brasil.
No Brasil essa “virada cultural” começou na década de 90. até o momento, a produção historiográfica do país era norteada pelo Marxismo, considerado o sistema na qual melhor se adequava a realidade brasileira, e em menor escala pela corrente dos Annales. Então, de 80 para 90 essas concepções foram sendo questionadas no Brasil. O Marxismo foi o mais criticado no Brasil, principalmente por sua visão Leninista. Pois dentre varias coisas, era insuficiente para analisar o “mundo das idéias”. Porém, as mudanças de perspectiva, no âmbito internacional, ocorreram um pouco antes, por volta do final da década de 60, com a chamada crise dos paradigmas moderno e pós-moderno, que em outras palavras expressava -já puxando pro nosso tema- uma emergência das mentalidades. A maneira moderna e globalizante