Jorge Furtado atingiu o auge de sua carreira com o longa O Homem Que Copiava, que foi muito premiado e considerado o melhor filme de 2003. Também foi um dos fundadores da Casa de Cinema de Porto Alegre, alcançou grande sucesso, principalmente com o curta Ilha das Flores (1989) e recebeu vários prêmios nacionais e internacionais. O curta Ilha das Flores começa com a seguinte frase ‘’ Esta não é uma obra de ficção. Existe um lugar chamado Ilha das Flores. Deus não existe.". A principio, não é possível entender o que o autor quis dizer com ‘’ Deus não existe ‘’, mas ao chegar na parte final do filme, em que vemos seres humanos em condições piores que porcos, demonstrados no filme como seres inferiores aos seres humanos é possível entender o porquê. Se consideramos que o homem, que é um animal mais desenvolvido que os outros, a ponto de ser chamado de ‘’ imagem e semelhança de Deus’’, não deveria existir essa diferença de tratamento entre os seres humanos, principalmente colocando alguns seres humanos em um nível de tratamento abaixo de porcos. Portanto, se o homem é a imagem e semelhança de Deus, e os homens são tratados de formas tão distintas, a ponto de alguns se sujeitarem as sobras de outros animais, a conclusão mais obvia é a de que não existe Deus. O filme é interessante por contar uma tragédia da vida real, mostrando uma realidade que poucas pessoas conhecem. De forma bastante crítica e sarcástica, mostra o caminho que um tomate faz até ser rejeitado, ir para o lixo e posteriormente para a ilha das flores. O narrador vai mostrando os fatos como alguém que estivesse observando o mundo de fora, que não fizesse parte dele, e tirando conclusões diretas, de acordo com o que vai vendo. Tem como principal ponto a crítica ao capitalismo, mostrando que as pessoas da ilha das flores só estão naquela situação por que não tem dinheiro, colocando assim esse sistema como o principal culpado pela situação daqueles indivíduos.