Uma Visão Holistica do Ser Humano
A despeito de todas as críticas que possam ser feitas a Freud, indiscutivelmente, um de seus maiores méritos foi o de retirar de seus pacientes sofredores o rótulo de farsantes que vigorava no imaginário da medicina e da sociedade do século XIX.
Durante séculos, aqueles sujeitos que manifestavam suas dores e impossibilidades em sintomas físicos/emocionais onde não se encontrava nenhum substrato fisiológico, eram simplesmente tachados de histéricos, adjetivando toda uma dimensão pejorativa no termo.
Esses sujeitos eram incompreendidos e discriminados. E embora já estejamos no século XXI, essa discriminação ainda se faz sentir tanto no meio médico, como no social e até no familiar.
Naturalmente, que hoje esta discriminação é menor, inclusive pelo acesso às informações, que hoje se faz possível, na mídia, na internet e etc.
Fingimento, exagero, frescura, preguiça, falta de umas boas palmadas na infância, manipulação... entre outras tantas, são estas as freqüentes acusações endereçadas aos pacientes que buscam ajuda terapêutica.
Apesar de toda a difusão da psicanálise e da psicologia nos últimos séculos, com sua leitura de um sujeito holístico, indivisível em sua mente/corpo, ainda persiste uma visão segmentada do ser humano. Na medicina (não toda, felizmente!) vemos o sujeito sendo reduzido a um corpo, um órgão (diz o cirurgião: “ainda tenho uma vesícula pra fazer”), como também vemos psicólogos esquecendo a dimensão física do sujeito ao desprezar a ajuda de uma medicação.
Mais uma vez invocando Freud, ele foi um médico capaz de subjetivar o paciente que estava à sua frente, vendo não apenas um corpo doente, mas um ser humano. Quem lhe falava não era um braço paralisado, mas um ser humano com uma história, com emoções, conflitos que se faziam perceber de uma forma convertida em sintomas: com paralisias, cegueiras, delírios, dores, fobias, pânicos, anorexias e tantas outras formas de manifestação. E é esta dimensão que