Uma nova historiografia: capistrano de abreu
Fernanda Jordânia
Cearense, vindo de família rígida, João Capistrano de Abreu tronou-se um dos grandes nomes da historiografia brasileira no século XIX e inicio do século XX. Sua vida intelectual pode ser dividida em duas fases: uma ligada ao “historicista cientificista”, busca de leis gerais; e outra que seria de ruptura a esse pensamento. É em Capistrano, precisamente na obra “Capítulos de História Colonial”, em 1907, que se faz surgir uma nova historiografia, inspirada em seus formadores, que renuncia a uma narrativa histórica que favorecia o homem branco português, para envolver os elementos populares.
Para compreendermos o percurso historiográfico de Capistrano é necessário estarmos ciente do contexto político-cultural internacional durante a sua formação. Os acontecimentos no mundo europeu abalaram a cultura nacional brasileira. Com a derrota na Guerra Franco Prussiano, os franceses perderam não apenas a guerra para os alemães, mas o espaço na cultura brasileira. Isso porque a cultura nacional era comandada pelos franceses, e após a derrota militar para os alemães, a sua hegemonia ficou duramente abalada, abrindo as portas para o predomínio de outras ideias vindas de outros países, inclusive da Alemanha.
Um dos intelectuais que ajudaram para a chegada e expansão do pensamento alemã, servindo de inspiração para os da sua geração, será: Francisco Adolfo Varnhagen. Descendente de alemão sofreu influencia do historicismo alemão relacionado à linha rankiana. Os principais nomes desta corrente de pensamento foram Ranke e Ratzel. Influenciados pelos seus ensinamentos inaugurando-se, posteriormente, o Determinismo no Brasil, além, de uma preocupação cientificista e com a objetividade. No entanto, o país, também, recebeu o pensamento de outros países, como por exemplo, dos ingleses, com Henry Thomas Buckle.
No inicio do século XX, já se evidenciava a preocupação de alguns autores a respeito da emergência de uma