Uma História dos Annales
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Para medir-se de maneira exata o impacto dos Annales nos estudos históricos do século XX, deve-se partir do fato de que seu nascimento representou uma autrêntica revolução na teoria da História. Tratou-se de uma revolução radical e integral do, até então dominante, ofício do historiador (...)
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(...) se prestarmos atenção nas linhas dominantes na prática historiográfica, dentro dos espaços acadêmicos e universitários, nos quais se produz a maior parte das obras da historiografia contemporânea, é possível discernir claramente um antes e um depois, separados por essa revolução historiográfica que se instaura com o surgimento dos Annales.
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(...) esses projetos não chegaram a forjar um modelo novo e alternativo que pudesse efetivamente substituir o modelo positivista dominante. Funcionaram mais como elementos que, enquanto minavam as bases da legitimidade dessa historiografia positivista, iam também acumulando, lentamente a grande transformação futura.
p. 68 e 69 (...) a verdadeira revolução na teoria da história, representada pelos Annales, irá construir-se no acúmulo de todos esses impulsos e linhas de ruptura com o modelo dominante. Dotar-se-á de uma nova estrutura dentro de um modelo global e coerente, com bases epistemológicas novas e enquadradas dentro de um projeto coletivo. Essa revolução substituirá o modelo positivista dominante e a hegemonia historiográfica francesa, nucleada em torno do modelo annalista e destinada a ir conquistando, progressivamente, os historiadores da França, Europa e de todo o mundo ocidental.
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(...) trata-se de uma revolção na teoria da história, se a observarmos perante o modelo positivista dominante, contra o qual se sublevou de maneira explícita.
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(...) os Annales se opuseram totalmente ao conjunto dos traços do modelo positivista então dominante. Esse modelo