Uma guerra santa entre chargistas
Depois do atentado feito por um grupo de pessoas adeptos do islamismo à sede da revista Chalier Hebdo na França, que ocorreu em janeiro de 2015, o mundo passou a conhecer essa revista de humor negro, houve movimentos de solidariedade para com os mortos por um lado, e de aversão às críticas das revistas feitas em direção a religião islâmica (apesar de ela critica outras religiões) por outro. O mais interessante é que aqui no Brasil, quem apoiou a revista era de direita, como a Raquel Sheherazade que a comparou-a à Revista Veja devido sua crítica sem medo de ataques da militância, e quem foi contra foi a esquerda, como é o caso de Osvaldo Cogiola, colunista da Boitempo, que faz um artigo apelativo apresentando as mazelas sofrida pelos árabes que vivem na França1. Houve gente da esquerda que criticou o fundamentalismo islâmico, como é o caso Zizek2, e aqui no Brasil, o Leonardo Boff.
O Zizek, depois de escrever seu primeiro artigo sobre o assunto pouco tempo depois do atentado, explica sua posição contra o islã colocando elementos novos e por vezes conciliando com a opinião majoritária sobre o assunto, como se vê nesse trecho:
“O problema é que ele (o humor da Charlie) se encaixava perfeitamente no funcionamento cínico hegemônico da ideologia em nossas sociedades. Ele não representava ameaça alguma àqueles no poder; ele meramente tornava seu exercício do poder mais tolerável.”3
Parece mesmo mostrar arrependimento em alguns momentos:
“era relativamente fácil se identificar com os jornalistas do Charlie Hebdo, mas teria sido muito mais difícil anunciar: “Somos todos Baga!” Para quem não ficou sabendo: Baga é uma pequena cidadezinha no nordeste da Nigéria onde Boko Haram executou duas mil pessoas”4
Em outros momentos parece reafirmar suas ideias dando até mais força a elas, como no trecho a seguir em que afirmar que o islã detesta o que o